Promotor
Câmara Municipal de Setúbal
Breve Introdução
O Festival Língua Terra regressa em 2025 com uma edição especial nos dias 05 e 06 de junho, em Setúbal, reafirmando o seu papel como ponte viva entre culturas lusófonas e plataforma vibrante de talentos emergentes. Com uma programação musical potente e afetiva, o festival convida o público português a viver duas noites de partilha, descoberta e celebração no emblemático Fórum Municipal Luísa Todi.
Nesta edição, o festival aposta numa curadoria que reflete a riqueza e a pluralidade do universo da língua portuguesa, promovendo o encontro entre artistas independentes de diferentes países e contextos, e reforçando o compromisso com a criação de redes artísticas e culturais entre África, América Latina e Europa.
SEXTA-FEIRA, 06 DE JUNHO - HOMENAGEM A JOSÉ CARLOS SCHWARZ
Homenagem a José Carlos Schwarz marca segunda noite do Festival "Língua Terra" em Setúbal
06 de junho | Fórum Municipal Luísa Todi | 21h00
A segunda noite do Festival "Língua Terra", que decorre em Setúbal, será marcada por uma homenagem especial ao poeta e músico guineense José Carlos Schwarz, uma das figuras mais emblemáticas da resistência cultural e da luta pela independência da Guiné-Bissau.
O tributo acontece na sexta-feira, 6 de junho, pelas 21h00, no Fórum Municipal Luísa Todi, com direção artística de Manecas Costa, um dos mais consagrados músicos da África lusófona.
A noite contará com a presença de artistas que dão continuidade ao legado de Schwarz com talento e emoção. Karyna Gomes, cantora de força e sensibilidade ímpares, traz as suas raízes guineenses e uma carreira já consolidada em Portugal. A ela junta-se Remna Schwarz, filho de José Carlos, cuja voz contemporânea honra o percurso do pai e representa uma nova geração de criadores africanos, profundamente comprometida com a memória, a identidade e a transformação.
José Carlos Schwarz (1949-1977), fundador do grupo Cobiana Djazz, foi uma voz incontornável da cultura guineense. Através da música em crioulo e de letras fortemente politizadas, tornou-se um símbolo da luta anticolonial, tendo a sua obra atravessado fronteiras e gerações. Canções como Ke Ki Mininu Na Tchora e Mindjeres di Panu Pretu continuam a ecoar como hinos de liberdade e resistência.
O concerto-homenagem propõe não apenas recordar a obra de José Carlos Schwarz, mas celebrar a sua importância no contexto das independências africanas de expressão portuguesa, reafirmando o papel da cultura como espaço de liberdade, afirmação e continuidade histórica.
SOBRE O FESTIVAL LÍNGUA TERRA
O projeto Língua Terra, que chega à sua quinta edição em 2025, nasceu com o objetivo de promover o intercâmbio artístico entre seis países unidos pela língua portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal. A proposta é fomentar conexões culturais, criações colaborativas e diálogos entre diferentes gerações e territórios, sempre com a música como ponto de partida para uma travessia poética, afetiva e política.
O projeto aborda a música - e sua relação com a literatura, o cinema e as artes visuais - como expressão de múltiplos saberes, visões de mundo e práticas cotidianas, que nos provocam a buscar raízes comuns, criar a partir da diferença e imaginar outros modos de ser e habitar o mundo. Já passaram pelo festival espetáculos de nomes como Bonga, Paulo Flores, Elida Almeida, Adriana Calcanhotto, Salvador Sobral, o espetáculo teatral Chovem Amores na Rua do Matador (Mia Couto e José Eduardo Agualusa), e encontros como Conversas entre Kotas, com Bonga, Betinho Feijó e Pedro Coquenão (Batida).
Segundo Mônica Cosas, diretora artística do projeto:
"O ponto de partida do Língua Terra é a língua portuguesa, criando pontes entre África, Europa e América Latina a partir da música enquanto expressão da riquíssima diversidade étnica, linguística e cultural que compõe os distintos territórios. Rompendo fronteiras físicas e simbólicas, o projeto busca criar pontes poéticas e estéticas, abrir caminhos para novas possibilidades de produção de linguagem, comunicação e conhecimento. Pontes que resgatam conexões ancestrais, memórias, saberes e lutas comuns, reconstroem tecidos comunitários e reinventam mundos a partir de expressões sonoras, rítmicas, corporais e visuais."
"A presença de artistas da nova geração no Festival Língua Terra não é apenas uma escolha estética - é um gesto de escuta e de futuro. São vozes que brotam entre heranças e invenções, que reencantam a língua portuguesa com novas sonoridades, ritmos e afetos. Ao lado de nomes já consagrados, esses jovens criadores iluminam o caminho que estamos a traçar coletivamente: uma travessia musical onde o passado encontra o porvir, e onde cada canção carrega o poder de imaginar mundos mais diversos, justos e conectados."
Preços